Sobre: Memórias, sonhos, reflexões – Carl G. Jung
A solidão não significa a ausência de pessoas à nossa volta, mas sim o fato de não podermos comunicar-lhes as coisas que julgamos importantes, ou mostrar-lhes o valor dos pensamentos que lhes parecem improváveis.” Jung
Eu quis, pela primeira vez, escrever sobre um livro.
Um livro profundo. Não é um livro que se lê. É um livro que se SENTE.
Antes desse livro, só havia tido contato com um livro do Jung, a respeito de símbolos e tive vontade de conhecê-lo. Em MEMÓRIAS, SONHOS, REFLEXÕES, eu o conheci de algum modo. Trata-se de um livro onde ele fala de sua vida, de suas emoções, de seus sonhos, aprendizados e de suas inquietações que por vezes pareceram tão minhas…
Revela-se com simplicidade, com despretensão, sem nenhuma intenção.
Jung é um só. Não é a pessoa de convívio diferente da pessoa enquanto médico. Ele é seus estudos e manteve seu caminho imerso em sua visão pessoal. Ele fala com a alma e fala da alma.
Em Jung “as paredes divisórias são transparentes”.
É notável quanto respeito ele tinha por seus pacientes. Ele cita: “Na qualidade de psiquiatra (que significa MÉDICO DA ALMA) eu me inclinei para tal concepção; pois o que me interessa, em primeiro lugar, é saber como ajudar meus doentes a encontrar sua base e sua saúde. Através da experiência percebi a soma que tal tarefa implica.” Sendo eu interessada no que diz respeito a acompanhar pacientes, me senti contagiada por seus relatos.
Muitas frases dele poderiam ser citadas aqui, muitas. Mas Jung não é frases, e assim como todos nós, não tem definições permanentes. O livro não busca defini-lo, é só uma linda conversa de inconscientes.
A obra, que é publicada pela primeira vez em 1961, ano de sua morte, começou a ser escrita quatro anos antes, com ajuda de Aniele Jaffé. E logo na contra capa diz: “Minha vida é a história de um inconsciente que se realizou.”
Admito que existam inúmeros motivos para gostarmos de leitura, uma delas é estar em contato com assuntos que nos preencham.
“A solidão não significa a ausência de pessoas à nossa volta, mas sim o fato de não podermos comunicar-lhes as coisas que julgamos importantes, ou mostrar-lhes o valor dos pensamentos que lhes parecem improváveis.” Jung
E assim finalizo minhas palavras, sabendo que era só vontade de compartilhar o assunto, já que a leitura trará sensações íntimas e diversas a cada leitor.
Um abraço,
Luana Frasson.